A perda auditiva afeta o cérebro? Entenda os riscos do envelhecimento auditivo

Com o passar dos anos, é natural que algumas funções do corpo comecem a mudar — inclusive a audição. O que muita gente não sabe é que a perda auditiva relacionada à idade não afeta apenas a capacidade de ouvir, mas também pode impactar a saúde do cérebro e a cognição.

Neste artigo, vamos explicar como a perda auditiva afeta o cérebro, quais os sinais de alerta e por que é tão importante procurar ajuda especializada o quanto antes.

O que é perda auditiva relacionada à idade?

Conhecida como presbiacusia, a perda auditiva relacionada ao envelhecimento é uma condição progressiva e comum, que afeta principalmente pessoas acima dos 60 anos. Ela costuma surgir de forma gradual, tornando difícil perceber os primeiros sinais.

Essa perda ocorre por desgaste natural das estruturas do ouvido interno, e pode ser agravada por fatores como exposição a ruídos altos, histórico familiar, tabagismo, hipertensão e diabetes.

Como a perda auditiva afeta o cérebro?

Estudos científicos mostram que a perda auditiva tem impactos diretos na atividade cerebral, especialmente nas áreas responsáveis por processar sons, linguagem e memória.

Pesquisas publicadas em revistas como Trends in Neurosciences e Otolaryngology–Head and Neck Surgery revelam que:

  • Quando o cérebro recebe menos estímulos auditivos, ele precisa fazer mais esforço para interpretar sons e palavras, o que aumenta a sobrecarga mental;
  • Esse esforço constante pode estar relacionado a um declínio mais rápido das funções cognitivas, como atenção, memória e raciocínio;
  • A perda auditiva não tratada está associada a um risco maior de demência e isolamento social em idosos.

Ou seja, ouvir bem é importante também para manter o cérebro ativo e saudável.

Sinais de alerta para perda auditiva

Muitas vezes, a pessoa com perda auditiva demora a perceber o problema, pois vai se adaptando aos poucos. Fique atento se você ou alguém próximo:

  • Aumenta o volume da TV ou do celular com frequência;
  • Tem dificuldade para entender conversas em ambientes ruidosos;
  • Pede para repetir o que foi dito várias vezes;
  • Sente que as pessoas “falam baixo” ou “engolem as palavras”;
  • Evita conversas ou interações sociais por causa da dificuldade de ouvir.

Esses são sinais que merecem avaliação médica.

O que fazer ao notar dificuldade para ouvir?

O primeiro passo é procurar um otorrinolaringologista, que poderá realizar exames como a audiometria para avaliar o grau de perda auditiva.

Em muitos casos, o uso de aparelhos auditivos modernos pode restaurar de forma significativa a capacidade de ouvir e melhorar a qualidade de vida. Quanto antes o problema for identificado, maiores são as chances de evitar impactos mais graves na cognição e no bem-estar.

Conclusão

A perda auditiva não é apenas uma questão de escutar menos — é uma questão de saúde geral. Ela pode afetar o funcionamento do cérebro, o equilíbrio emocional e as relações sociais.

Por isso, não ignore os sinais. Se ouvir está se tornando difícil, buscar ajuda médica é um cuidado com o corpo e com a mente.

Ouvir bem é viver melhor.